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domingo, 22 de julho de 2012

CALAMIDADE NA SAÚDE

Artigo do jornalista Paulo Tarcísio Cavalcanti publicados no Jornal Metropolitano edição de sexta feira 20 de Julho


A governadora Rosalba Ciarlini levou um ano e meio de administração para sentir a necessidade de decretar estado de calamidade no setor de saúde pública. 

 Não me cabe questionar se foi tempo de mais ou se foi tempo de menos. Mas, acredito ser oportuno deixar claro o entendimento, com certeza compartilhado por Sua Excelência, de que só esse reconhecimento não vai resolver absolutamente nada. 

 O problema é que, as consequências da oficialização da calamidade na saúde pública estão sendo tão discretas, que, até parece, nada começou a melhorar. 

 Se era para reconhecer a situação de calamidade e nada acontecer, melhor teria sido deixar tudo como estava. Pelo menos, não se teria levado a população a imaginar que as coisas iriam melhorar de repente, poupando-a de mais uma decepção. 

 É brincadeira decretar situação de calamidade num setor tão vital quanto a saúde pública e estabelecer um prazo tão elástico para superá-la. A não ser que se queira, apenas, fazer de conta, jogo de cena, ganhar tempo, empurrá-la com a barriga. 

 Calamidade, emergência ou coisa que o valham, pressupõem tratamento de choque, ação efetiva, concreta e urgente. 

 De concreto mesmo, o que chegou ao conhecimento da opinião pública - não sei nem se procede - é que foram abertos 29 leitos de enfermaria no Hospital Ruy Pereira, em Natal. Pouco demais, diante de uma reconhecida situação de calamidade. Só? 

 Logicamente, a questão da saúde pública é um desafio para qualquer governante. Aqui e, praticamente, no resto do Brasil. Mas, é do governante - não digo que só dele ou dela, no nosso caso, mas essencialmente dela, a responsabilidade de enfrentá-lo. Não a passos de tartaruga, como a realidade estadual indica há tempos, mas com a agilidade que a calamidade exige. 

 Não entendo porque, numa área tão essencial quanto complicada como é a da saúde pública, as autoridades - historicamente - têm se recusado a abrir o jogo sobre o seu custo. Por exemplo: qual o custo/dia da Saúde Pública do RN hoje? Quanto seria necessário para que a população passe a receber um tratamento de qualidade? Um tratamento digno? 

 Esses dados são fundamentais para que os "patrocinadores" encarem a questão de forma mais realista e pragmática. E aí possamos perguntar a nós mesmos: Podemos ou não podemos pagar?

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