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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

E A FRAUDE? ENGOLIMOS?

Artigo do jornalista Paulo Tarciso Cavalcanti publicado no Jornal Metropolitano


Permita-me as duas perguntas. A fraude a que me refiro é aquela mostrada há coisa de um mês – um pouco menos, no “Fantástico”, da Rede Globo, nas bombas de gasolina.
Segundo a reportagem, arranjaram um “chip” que, colocado numa bomba de gasolina, faz com que a máquina passe a nos roubar da forma mais escancarada, sem que tenhamos a menor chance de descobrir a falca-trua.
Ficou claro, em tudo que a TV mostrou, que se tratava de uma verdadeira e inesgotável mina para os ladrões.
Já tive a oportunidade de escrever aqui o quanto fiquei estarrecido com o que vi. E imaginava que seriam tomadas providências efetivas e defintivas pelo oneroso sistema de fiscalização custeado pela sociedade brasi-leira.
No entanto, se alguma coisa foi feita para acabar essa roubalheira, nada nos disseram. A própria Globo que fez a denúncia de forma tão clara e apresentando, inclusive, provas aparentemente irrefutáveis, deixou muita coisa no ar.
Por exemplo: Foram mostrados exemplos da falcatrua em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Mas, de responsável, só o de Curitiba, preso preventivamente no dia seguinte, mas já liberado, mediante habeas corpus.
Pelo menos, o Brasil o conhe-ceu. E os demais? Os do Rio e de São Paulo, aonde estão? Quem são? E nos demais Esta-dos? Nada aconteceu?
Ora, está claro que um “nego-ção” como o que foi mostrado não poderia ficar limitado a duas ou três cidades. Aqui no RN, por exemplo, foi noticiado que havia milhares de bombas adulteradas.
Mas, não houve, ainda, uma palavra oficial de informação destinada a tranquilizar a sociedade, tipo: “Pode ficar tranquila que vamos enfrentar essa máfia”.
Daí a segunda pergunta que utilizei no título de mais esse desabafo cidadão: “Engolimos?”
Descobrem um roubo, denunciam, fazem de conta que vão contê-lo, percebemos que uma cortina de silêncio passa a encobrir a falcatrua, e ninguém diz mais absolutamente nada.
O pior pra mim, é que, o gênio que inventou o “chip” que põe pra roubar as bombas de gasolina, não deve ter ficado satisfeito com essa criação única. O mais provável é que, no mínimo, a tenha aperfeiçoado para utilização em outros medidores.
Os outros, não sei. Mas, de mim, não vou esconder: Todo mês, quando recebo a conta de água e de luz, é grande a dúvida que me assalta. Mas, infelizmente, estou condenado a engolir calado. Não calo.

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