A Câmara dos Deputados vai discutir, nesta terça-feira, uma sugestão de solução para o excesso de jumentos nas estradas do Rio Grande do Norte: o consumo da carne de jumento. Abandonados nas zonas rurais do estado, os animais poderiam ser incluídos no cardápio das refeições dos presídios e das escolas do estado.
Se antes os asnos serviam para levar cargas pesadas de um local para o outro, agora são apenas obstáculos para meios de transporte modernos, e causam acidentes nas estradas. Só em 2013, a Polícia Rodoviária Federal do estado aprendeu 1.357 animais de grande porte e, neste ano, o número passa de 600.
Em março deste ano, o promotor de justiça Sílvio Brito realizou dois almoços com vários pratos que levavam carne de jumento entre os ingredientes. A intenção era romper a barreira cultural que dificulta o uso culinário da carne do animal.
Não existe nenhuma barreira legal que proíba o consumo de carne de jumento, o que existe é uma barreira cultural. Temos um animal que é considerado uma praga, que está completamente abandonado. O que queremos é devolver uma finalidade a ele, mostrando para as pessoas que não existe nenhum impedimento sanitário para o consumo, argumenta Sílvio Brito, que diz ter sido avisado da audiência somente na última sexta-feira 27 e, por isso, não poderá comparecer.
O promotor explica que, apesar de acreditar na solução de abate dos animais, a ideia de utilizar a carne nos serviços públicos já é ultrapassada:
Essa questão de incluir nos sistemas públicos foi uma das possibilidades pensadas anteriormente, mas hoje é totalmente descartada. Se a carne de jumento viesse a ser inserida no mercado, teria um valor muito alto, economicamente inviável para estas instituições públicas. Explica o promotor.
A iniciativa do promotor incomodou ambientalistas, advogados e políticos. Para a OAB do RN, que estará presente na audiência da capital federal, o problema mais grave é a forma como são realizados os abates. A presidente da Comissão de Direito Ambiental da OAB-RN, Marise Costa, defende a adoção dos animais para a prática de terapia ocupacional com crianças e adultos com problemas motores.
Informações: Jornal Extra
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