Artigo do jornalista Paulo Tarcísio Cavalcanti, publicado no " Jornal Metropolitano " edição desta sexta feira dia 24.
Aberta a temporada da propaganda eleitoral no Rádio e TV, a campanha municipal alcança o seu grande momento.
Em Natal, particularmente, este é um momento crucial, tal o estado em que a cidade se encontra, necessitando de uma administração comprometida, de verdade, com a busca de soluções para os seus problemas.
Natal, tão sofrida e desencantada; que, há quatro anos, viu-se embalada por uma nova esperança que não se concretizou, merece uma campanha limpa e absolutamente sincera. Sem demagogia.
O eleitor, creio eu, não precisa de um prefeito que faça milagres, que invente a roda, que bote a roda grande dentro da roda pequena.
Não.
O prefeito de que precisa, é aquele que bote pra funcionar a unidade de saúde do seu bairro; que garanta uma escola de qualidade para todas as crianças; que mantenha limpa a sua rua e todas as ruas vizinhas; um prefeito que não deixe os buracos continuarem se multiplicando; um prefeito que dê um basta na escuridão com que se encontra ao sair de casa de noite, seja pra ir à padaria, à farmácia, ao supermercado ou ao lazer.
Isso é o básico, o principal, uma espécie de alicerce para que possamos sonhar com providências mais complexas e onerosas. Quem não sabe cuidar dessas pequenas coisas, que credibilidade merece ter ao apresentar projetos mirabolantes?
Eu, particularmente, gostaria de ouvir propostas simples, acreditáveis e de parte de quem tenha credibilidade para apresentá-las.
Natal precisa de alguém com muito talento e competência gerencial, mas acima de tudo com efetiva vocação para a vida pública. Que encare o cargo de prefeito como uma oportunidade para servir ao bem comum, não como um trampolim para novos cargos ou para ganhar dinheiro.
Alguém que encare a delegação popular como o que pode existir de mais sagrado no exercício da cidadania; e que lhe impõe uma pesada relação de deveres; não um cheque em branco para a cobertura da vaidade ou da ambição pessoal de quem quer que seja.
Tenho o maior respeito pelo sonho e pelas aspirações de todos os candidatos. Se estão preparados ou não, capacitados ou não, para a difícil e penosa missão que buscam, só o tempo nos ajudará a definir. Espero que sejam verdadeiros, autênticos, sinceros. E que sejam capazes de compreender o ceticismo com que grande parte da população acompanha, pelo menos por enquanto, o presente momento eleitoral.
Afinal, "gato escaldado tem medo de água fria".
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