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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

É MUITO DINHEIRO

Artigo do jornalista Paulo Tarcisio Cavalcanti, publicado no Jornal Metropolino, edição do dia 24 de Fevereiro.



Em sua mensagem perante a Assembléia Legislativa, na tarde do dia 15, a governadora Rosalba Ciarlini afirmou que a economia do RN vai receber investimentos de 35 bilhões de reais de 2012 a 2014.
Quer dizer: em três anos. Este em que estamos e os dois seguintes - 2013 e 2014, o ano da Copa. R$ 35 bilhões correspondem, aproximadamente, a quase cinco orçamentos estaduais a preços de hoje. Ou seja: 35 bilhões é a soma de tudo o que o Estado arrecada, na situação de hoje, em cinco anos.
O anúncio da governadora significa dizer que, em 2012, 2013 e 2014, além do orçamento de cada ano (cerca de R$ 7 bilhões/ano para custeio da máquina e pequenos investimentos), o Rio Grande do Norte disporá a mais, em cada ano, em média, de 12 bilhões de reais/ano só para investimentos.
Perceberam? Em cada ano, serão, em média, 12 bilhões/ano, livres de encargos. Só para investir. Mais de um orçamento e meio de acréscimo na receita anual. "Livres". Só para investimentos.
É tanto dinheiro que a própria governadora projetou, para o período - três anos (2012, 2013 e 2014), a criação de 70 mil empregos, sendo 20 mil diretos e 50 mil indiretos, num "patamar mínimo" - conforme a expressão da própria chefe do executivo em sua mensagem ao Rio Grande do Norte através da Assembléia Legislativa. "Num patamar mínimo", isto é, num cálculo pessimista.
Agora, como dinheiro não cai do céu, de onde será que a governadora está esperando que caia essa grana toda sobre o Rio Grande do Norte?
Acho que a afirmação da dra. Rosalba ganharia maior credibilidade se ela se dispuser a revelar as fontes de onde sairão esses sonhados e abençoados 35 bilhões de reais.
Claro: Não estou aqui divulgando da afirmação da governadora. Como duvidar de alguém que, entendendo que tem que fazer, faz, mesmo que isso lhe acarrete uma situação de desgaste da qual não pode saber se conse-guirá sair?
Não estou nem duvidando, nem torcendo contra. Pelo contrário. Mas, entendo que, como os 35 bilhões anunciados, devem se destinar ao bem de todos - ao bem comum - é natural que os futuros beneficiados tenham conhecimento de sua origem.
Afinal, são tantas as promessas descumpridas hoje em dia que, cada vez mais, se enraíza no imaginário do povo a antiga e verdadeira expressão: "De esmola grande, cego desconfia".

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