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sábado, 18 de fevereiro de 2012

DIFÍCIL RECOMEÇO

Artigo do jornalista Paulo Tarcisio Cavalcanti, publicado no Jornal Metropolitino, edição desta sxta feira dia 17.



Fico imaginando a encrenca em que a prefeita Micarla de Sousa se envolveu com a sociedade natalense e tento visualizar as alternativas ao seu dispor para que possa se levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.
Conheço Micarla de outros tempos. Firme, determinada, capaz, corajosa e sem medo, especialmente quando provocada.
Tudo a ver, portanto, com o sonho que acaba de proclamar: "Vou recomeçar!"
O problema é que, do sonho para a realidade, a diferença é imensurável.
Um saudoso amigo de Carlos Alberto, pai de Micarla (tam-bém um amigo inesquecível), quando via uma pessoa sonhar muito alto, não perdia a oportunidade de tentar fazê-la cair na real, dizendo como se falasse a outra pessoa:
- Nega pensa que é assim.
Essa expressão que, tantas vezes, ouvi Firmino Moura repetir em rotineiros encontros políticos e amigáveis que promovia, especialmente no Samburá, inúmeras dessas vezes na presença de Carlos Alberto e Miriam, calha bem com o "recomeço" sonhado por Micarla.
- Nega pensa que é assim...
Já vi muita coisa em política. O cara (ou a cara), num momento, está lá em cima; noutro - nem sempre muito distante - está lá embaixo.
A recíproca é verdadeira tam-bém: Às vezes o sujeito está lá embaixo, humilhado, esquecido, marginalizado e, de repente... buuumm... explode e dá um pulo lá pra cima.
Mas, não devemos nos iludir: Pra subir, o sujeito tem que penar. E muito. Pra cair, basta um escorrego.
Tenho certeza: Deve ser muito triste pra Micarla, consagrada, verdadeiramente idolatrada pelo povo de Natal em 2008, olhar pra trás e chegar à conclusão de que não pôde corresponder.
Não vou dizer que a prefeita não tem culpa por não ter podido corresponder. Não. E digo mais: A vejo como a principal responsável pela situação em que se encontra. Agora, uma verdade ninguém pode desconhecer: Os "amigos" de Micarla, aqueles que a elegeram pularam do seu barco, sem nenhuma contemplação.
Ta certo que eles iam pulando fora e era como se não fosse com ela. A firmeza e a determinação de Micarla, nesses instantes de provocação, se transformam num incontrolável teor de presunção.
Mas, na verdade, os "amigos", os "correligionários" a deixaram literalmente sozinha. Tiraram-lhe a escada que construíram e lhe ofereceram e a deixaram pendurada no pincel.

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