Deu no Jornal de fato
O deputado Valdemar Costa Neto, mandatário do PR nacional, exige da presidente Dilma (PT) que devolva ao seu partido o controle do Ministério dos Transportes. Com a exigência de porteira fechada. Foi na pasta dos Transportes, desde o governo Lula, que os republicanos revelaram a sua face ao país, sendo responsáveis pelo esquema de drenagem de dinheiro público, via obras das ferrovias e rodovias federais. Os malfeitos alcançaram o Rio Grande do Norte quando a Polícia Federal desmantelou a “quadrilha do Dnit”, colocando na cadeia figuras de proa do PR potiguar. O escândalo recente para não intimidar a gula de Valdemar e sua gente. Pior do que isso é a possibilidade de o Governo entregar a pasta, outra vez, ao PR. A presidente dá sinais que vai ceder à pressão. O ano é eleitoral. O Governo se torna mais condescendente. Via de regra. Antipática, é verdade, mas o Governo precisa construir, nas eleições municipais de 2012, os alicerces da disputa presidencial de 2014. O PR, com o seu quinhão no Congresso Nacional, está inserido no projeto político-eleitoral, daí a exigência do seu espaço na máquina administrativa. Relacionamento insalubre, como esse, não é novidade na política administrativo-eleitoral brasileira. Outros governos também transformaram a Esplanada dos Ministérios em capitanias hereditárias, para atender os anseios e necessidades dos aliados. Só que a possibilidade de o PR ter de volta o controle do Transportes começa a receber manifestação contrária de fora do governo, vindo de segmentos produtivos. Empresas transportadoras e caminhoneiros não aceitam que a presidente Dilma escolha um político do PT para ministro dos Transportes. Se isso ocorrer, eles ameaçam invadir e paralisar Brasília (DF). O protesto já tem data reservada: entre 15 e 20 de fevereiro. A reação é legítima, a manifestação também. E, certamente, terá respaldo popular, já que se trata da luta em defesa do bem público.
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