Fico intrigado com a engenhosidade humana quando observo tudo o que inventamos até hoje, seja para satisfazer as necessidades mais básicas ou mesmo as mais estapafúrdias. Incrível essa capacidade do homem de modificar o ambiente em benefício próprio, criando objetos que não existiam antes de precisarmos deles. E o mais curioso: depois dos muitos inventos e melhoramentos que fizemos em nosso planeta, a vida tornou-se praticamente impensável sem eles. Nos primórdios da humanidade, por exemplo, quando mal tínhamos descido das árvores e a sobrevivência era ainda mais difícil do que é hoje (mas pelo menos não havia imposto de renda), o homem das cavernas enfrentou sérias dificuldades para poder abrir um simples coco. Batia numa pedra ali, batia em outra acolá. E nada. Até que resolveu colocar seu cérebro primitivo para funcionar. Uniu um toco de madeira a um pedaço de pedra lascada, amarrou os dois com cipó e... “Voilà!”. Surgia o primeiro machado da História, e nunca mais tomar água de coco foi um martírio. Melhor do que o machado para abrir coco só mesmo o vendedor de água de coco. Facilitou ainda mais a vida. Mas o importante é que, depois de nossa primeira invenção, não paramos mais. A cada nova necessidade, uma nova criação. E estamos assim até hoje.
Descobri que sou um entusiasta de tudo aquilo que a humanidade criou para melhorar a própria vida. Mas só me dei conta disso quando passei a ficar mais atento ao que faço no dia a dia, tanto no lazer quanto no trabalho. A roda, por exemplo. Já parou para pensar que quase tudo ao seu redor tem a ver com a roda ou pelo menos com o princípio básico do movimento circular? Engrenagens, polias, parafusos, portões automáticos, ventiladores, relógios, bicicletas, trens, carros e por aí vai. A roda está presente em praticamente todos os dispositivos mecânicos que se tem conhecimento. Há quem diga que é a maior invenção humana de todos os tempos.
E com certa razão. Sem ela, os egípcios não teriam erguido as pirâmides, os romanos não teriam feito as melhores estradas e nós não teríamos levantado casas e edifícios. Além disso, se não tivéssemos inventado a roda, ainda estaríamos levando uma eternidade para percorrermos grandes distâncias. Bom, é verdade que por causa da roda nós também criamos os engarrafamentos e o carro com 351 cavalos, sendo 350 no motor e um ao volante. Mas imagine o mundo sem a roda. Imaginou? Pois é. Não sairíamos do lugar. Muito embora, quando estamos num congestionamento, a sensação é uma só: quanto mais rodas existem, menos nós andamos.
Diante de uma infinidade de invenções, você deve ter as suas preferências. Eu tenho as minhas e não consigo me imaginar nesse mundo triste e hostil sem elas. Depois da roda, sou um fã disparado da escada rolante e do controle remoto. Não tenho dúvidas de que as melhores ideias são as que utilizam conceitos simples para resolver problemas complexos. Imagine o transtorno que seria a vida hoje sem a escada rolante (o mesmo vale para o elevador). Convenhamos: ter de subir lances e mais lances de escadas até chegar ao local desejado é estafante. Veja que ideia visionária foi esta de criar uma escada inclinada que rola para cima ou para baixo, mantendo sempre os degraus na horizontal. Você sobe num degrau e este te leva, sem esforço algum, ao topo da escada. Conforto, rapidez e simplicidade. É por isso que desconfio que a preguiça seja o motor de muitas de nossas invenções.
O controle remoto é um exemplo clássico. Com tanta porcaria na TV, ninguém aguentaria levantar e sentar diversas vezes, nos breves momentos de descanso, só para mudar de canal. O controle remoto é a extensão do dedo humano, é a continuidade dos desejos televisivos, é a representação de nossa busca incansável pela preguiça absoluta. O mesmo acontece com a geladeira e o macarrão instantâneo. Pensem no tempo economizado e nas vidas preservadas se o homem das cavernas já tivesse inventado a geladeira e o miojo. Não teria sido necessário caçar mamutes todos os dias, arriscando-se para ter o que comer e muitas vezes tendo de voltar para casa com as mãos abanando. Hoje, apenas a comida congelada e o macarrão de três minutos nos separam do Paleolítico, já que a barbárie da época é quase a mesma.
Entretanto, guardo um carinho especial pelo controle remoto. Preciso admitir. Não imagino a vida sem ele. Esta fabulosa invenção, aliada a outros inventos imprescindíveis, como a cerveja em lata, o amendoim japonês, o futebol no domingo e a TV por assinatura, dá ao homem moderno a sensação de poder na palma da mão. Preguiça e ilusão a um clique. Bem ali, sem sair do sofá. Tenho ainda grande simpatia por muitas outras criações, mas me deixem citar só mais algumas que considero verdadeiras obras-primas. Particularmente, gosto bastante da funcionalidade do cotonete. Além de ser útil para limpar os ouvidos (em seguida vem a tampa da caneta bic), o cotonete é também o terceiro maior prazer individual do homem. Ou vai dizer que você não gosta daquela coceirinha boa, hein?!
O chuveiro elétrico, por sua vez, veio para salvar os povos da imundice no inverno ou pelo menos para rebater os argumentos daqueles que não gostam muito de tomar banho, a exemplo dos franceses, que agora não tem mais desculpas. Já a internet, o pen drive e o celular são capítulos à parte. Os dois primeiros nos colocaram no mundo digital e nos livram todos os dias das montanhas infindáveis de papel. Isso até sofrerem uma pane ou pegarem um vírus, fazendo você perder o trabalho de uma vida inteira. Por essa razão, ainda considero o livro indispensável.
E o celular? Fruto de uma ideia genial, o telefone surgiu para permitir a comunicação entre duas ou mais pessoas separadas por longas distâncias. Seria um invento dos deuses, não fosse pelas empresas privadas de telefonia e seus péssimos e caros serviços. Hoje o celular envia e-mail, toca música, exibe vídeos, fala quando você está deprimido e praticamente todas as pessoas possuem pelo menos um aparelho. Entretanto, quase ninguém tem créditos para fazer ligações, o que é bastante paradoxal.
Eu até poderia ficar aqui enumerando uma porção de invenções que comprovam todo o engenho do homem. Mas não poderia terminar a lista sem citar a maior de todas as criações humanas, inclusive maior do que a roda e o controle remoto. O amor. Acho que o amor foi o que de melhor nós inventamos nesse mundo. É ele que nos deixa mais humanos e cheios de esperança todos os dias. É o amor pela humanidade que nos permite continuar caminhando para que, tão logo, a gente supere o Paleolítico.
Ah, já ia esquecendo. Junto com o amor, os homens também inventaram a pieguice, uma especialidade deste humilde cronista.
Descobri que sou um entusiasta de tudo aquilo que a humanidade criou para melhorar a própria vida. Mas só me dei conta disso quando passei a ficar mais atento ao que faço no dia a dia, tanto no lazer quanto no trabalho. A roda, por exemplo. Já parou para pensar que quase tudo ao seu redor tem a ver com a roda ou pelo menos com o princípio básico do movimento circular? Engrenagens, polias, parafusos, portões automáticos, ventiladores, relógios, bicicletas, trens, carros e por aí vai. A roda está presente em praticamente todos os dispositivos mecânicos que se tem conhecimento. Há quem diga que é a maior invenção humana de todos os tempos.
E com certa razão. Sem ela, os egípcios não teriam erguido as pirâmides, os romanos não teriam feito as melhores estradas e nós não teríamos levantado casas e edifícios. Além disso, se não tivéssemos inventado a roda, ainda estaríamos levando uma eternidade para percorrermos grandes distâncias. Bom, é verdade que por causa da roda nós também criamos os engarrafamentos e o carro com 351 cavalos, sendo 350 no motor e um ao volante. Mas imagine o mundo sem a roda. Imaginou? Pois é. Não sairíamos do lugar. Muito embora, quando estamos num congestionamento, a sensação é uma só: quanto mais rodas existem, menos nós andamos.
Diante de uma infinidade de invenções, você deve ter as suas preferências. Eu tenho as minhas e não consigo me imaginar nesse mundo triste e hostil sem elas. Depois da roda, sou um fã disparado da escada rolante e do controle remoto. Não tenho dúvidas de que as melhores ideias são as que utilizam conceitos simples para resolver problemas complexos. Imagine o transtorno que seria a vida hoje sem a escada rolante (o mesmo vale para o elevador). Convenhamos: ter de subir lances e mais lances de escadas até chegar ao local desejado é estafante. Veja que ideia visionária foi esta de criar uma escada inclinada que rola para cima ou para baixo, mantendo sempre os degraus na horizontal. Você sobe num degrau e este te leva, sem esforço algum, ao topo da escada. Conforto, rapidez e simplicidade. É por isso que desconfio que a preguiça seja o motor de muitas de nossas invenções.
O controle remoto é um exemplo clássico. Com tanta porcaria na TV, ninguém aguentaria levantar e sentar diversas vezes, nos breves momentos de descanso, só para mudar de canal. O controle remoto é a extensão do dedo humano, é a continuidade dos desejos televisivos, é a representação de nossa busca incansável pela preguiça absoluta. O mesmo acontece com a geladeira e o macarrão instantâneo. Pensem no tempo economizado e nas vidas preservadas se o homem das cavernas já tivesse inventado a geladeira e o miojo. Não teria sido necessário caçar mamutes todos os dias, arriscando-se para ter o que comer e muitas vezes tendo de voltar para casa com as mãos abanando. Hoje, apenas a comida congelada e o macarrão de três minutos nos separam do Paleolítico, já que a barbárie da época é quase a mesma.
Entretanto, guardo um carinho especial pelo controle remoto. Preciso admitir. Não imagino a vida sem ele. Esta fabulosa invenção, aliada a outros inventos imprescindíveis, como a cerveja em lata, o amendoim japonês, o futebol no domingo e a TV por assinatura, dá ao homem moderno a sensação de poder na palma da mão. Preguiça e ilusão a um clique. Bem ali, sem sair do sofá. Tenho ainda grande simpatia por muitas outras criações, mas me deixem citar só mais algumas que considero verdadeiras obras-primas. Particularmente, gosto bastante da funcionalidade do cotonete. Além de ser útil para limpar os ouvidos (em seguida vem a tampa da caneta bic), o cotonete é também o terceiro maior prazer individual do homem. Ou vai dizer que você não gosta daquela coceirinha boa, hein?!
O chuveiro elétrico, por sua vez, veio para salvar os povos da imundice no inverno ou pelo menos para rebater os argumentos daqueles que não gostam muito de tomar banho, a exemplo dos franceses, que agora não tem mais desculpas. Já a internet, o pen drive e o celular são capítulos à parte. Os dois primeiros nos colocaram no mundo digital e nos livram todos os dias das montanhas infindáveis de papel. Isso até sofrerem uma pane ou pegarem um vírus, fazendo você perder o trabalho de uma vida inteira. Por essa razão, ainda considero o livro indispensável.
E o celular? Fruto de uma ideia genial, o telefone surgiu para permitir a comunicação entre duas ou mais pessoas separadas por longas distâncias. Seria um invento dos deuses, não fosse pelas empresas privadas de telefonia e seus péssimos e caros serviços. Hoje o celular envia e-mail, toca música, exibe vídeos, fala quando você está deprimido e praticamente todas as pessoas possuem pelo menos um aparelho. Entretanto, quase ninguém tem créditos para fazer ligações, o que é bastante paradoxal.
Eu até poderia ficar aqui enumerando uma porção de invenções que comprovam todo o engenho do homem. Mas não poderia terminar a lista sem citar a maior de todas as criações humanas, inclusive maior do que a roda e o controle remoto. O amor. Acho que o amor foi o que de melhor nós inventamos nesse mundo. É ele que nos deixa mais humanos e cheios de esperança todos os dias. É o amor pela humanidade que nos permite continuar caminhando para que, tão logo, a gente supere o Paleolítico.
Ah, já ia esquecendo. Junto com o amor, os homens também inventaram a pieguice, uma especialidade deste humilde cronista.
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