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terça-feira, 14 de junho de 2011

HERÓIS E VILÕES

Por João Paulo da Silva


A maioria de vocês, assim como eu, provavelmente acompanhou nos gibis ou nos cinemas as aventuras de conhecidos super-heróis, imortalizados pela cultura pop, como Homem-Aranha, Super-Homem, Capitão América, X-Men etc etc etc. Gente que utiliza super poderes para salvar vidas, impedir o fim do mundo e lutar por justiça e liberdade. Gente que pode voar, desviar de balas, escalar paredes com as próprias mãos e levantar toneladas. Longe da ficção e da fantasia, essa gente não existe. Na vida real, os heróis são outros. São de carne e osso, sangram, pagam contas, recebem salários de fome, andam em ônibus lotados e passam horas em filas de hospitais. Mas, entre os personagens dos gibis e os humanos da realidade, existe ao menos uma semelhança: todos eles possuem terríveis vilões para enfrentar.
No universo das histórias em quadrinhos, os inimigos querem dominar o planeta, fazer experimentos perigosos e mirabolantes e espalhar maldade por todos os lados. No mundo real, é um pouco diferente, mas não menos terrível. Os vilões já controlam o mundo, através de bancos, grandes empresas, latifúndios e governos opressores. Exploram o trabalho da maioria dos povos e fazem guerras para garantir lucros altos. Com uma ganância sem limites, os inimigos da vida concreta ainda cortam verbas dos serviços públicos essenciais, só para alcançar um superávit primário maior e encher cada vez mais os próprios bolsos de dinheiro. O desemprego, a fome, a miséria e a violência são as consequências que vêm com os atos dos verdadeiros vilões.
Assim como os super-heróis dos gibis, os heróis de carne e osso também lutam todos os dias. Lutam para salvar vidas de incêndios, lutam para salvar vidas em hospitais, lutam para guiar vidas nas salas de aula e lutam pela própria sobrevivência. Mas quando estes heróis decidem lutar cruzando os braços em defesa de melhores salários e condições de trabalho, os vilões da História, da mesma forma como nos gibis, respondem com ações inescrupulosas e violentas. Chamam os mocinhos de vândalos, bandidos e delinquentes, além de convocar a polícia para reprimir.
No entanto, igualando-se aos super-heróis das histórias em quadrinhos, os heróis que sangram e recebem salários de fome também resistem e enfrentam seus inimigos. Às vezes perdem, às vezes ganham. Mas sempre retiram lições importantes de suas batalhas. Descobrem que, ao contrário dos super-heróis dos gibis, eles não podem vencer seus próprios vilões sozinhos. Precisam estar juntos, unidos como um time, um grupo, uma liga, uma classe.
Os bombeiros do Rio de Janeiro e todos os trabalhadores que fazem greves neste país e enfrentam seus inimigos mostraram ao mundo que é possível lutar, que é possível vencer. Mesmo sem possuir super poderes.

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