Horrores inimagináveis como os que foram cometidos por Josef Fritzl, o “Monstro da Áustria”, condenado em 2009 à prisão perpétua pelos crimes de incesto, estupro, cárcere privado e homicídio, estarrecem a humanidade pelo grau de barbárie e reacendem, de tempos em tempos, um medo imensurável em todos nós: o de que qualquer um ao nosso lado pode ser um psicopata. Inclusive o próprio pai. É claro que viver num clima desses só pode nos levar a uma paranoia coletiva, algo muito comum numa sociedade doente como a nossa.
É terrível, verdade seja dita. Como podemos saber se estamos diante de um psicopata? Como reconhecer alguém que pode cometer as piores insanidades sem o menor remorso, já que psicopatas não andam com placas de aviso nem rótulos no peito? Fica difícil. Quer dizer, ficava.
Recentemente, li uma entrevista com o psicólogo canadense Robert Hare, famoso por ter criado uma escala usada mundialmente para medir os graus de psicopatia de cada um. Na escala, o número máximo que a insanidade pode atingir é 40.
A dificuldade de reconhecimento de um maníaco pode ser ilustrada com uma simples analogia.
Imagine um jogo de gato e rato. Para Hare, o psicopata é como o gato, que não pensa no que o rato sente. Ele só pensa em comida, em satisfazer a si mesmo. A vantagem do rato sobre as vítimas do psicopata é que ele sempre sabe quem é o gato. Com a gente é diferente. Às vezes não dá tempo de reconhecer o gato.
Mas os critérios de avaliação adotados por Hare podem ajudar a identificar um comportamento psicótico. Ele estabeleceu alguns, como extrema facilidade para mentir, grande capacidade de manipulação e mania de dizer que está sendo mal interpretado quando é pego fazendo coisas erradas.
Juro – e nem sempre faço isso – que quando li que estes seriam os indicadores de psicopatia pensei: se o psicólogo canadense estiver certo, nosso problema é bem maior do que imaginamos. Por quê? Observe o cenário político brasileiro. Agora, responda: em que as atitudes dos políticos se diferenciam dos comportamentos indicados pelo psicólogo?
Eu sei, não é uma conclusão tranquila. Eles mentem, manipulam e ainda se dizem mal interpretados quando são pegos com a boca na botija.
Estou inclinado a acreditar que nosso país e estados são governados por astutos psicopatas, classificados nos graus 12, 13, 15, 22, 25, 40, 43, 45, 65, conforme número do partido. Terrível, não?
Mas isso não é tudo. Pior é quando, em tempos de crise econômica ou não, eles aumentam os próprios salários, culpam a natureza por tragédias em que eles são os responsáveis e ainda reduzem o orçamento de serviços essenciais, como a saúde, por exemplo.
Aí deixam de ser apenas psicopatas. E, sem remorso nenhum, se tornam verdadeiros serial killers, responsáveis por todos os mortos nas filas dos hospitais e enchentes da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário